O Poço e A Casa: filmes espanhóis usam crítica social para bombar

Desde que La Casa de Papel virou um fenômeno global, a produção audiovisual pop da Espanha tem mostrando força. A saga dos assaltantes foi seguida por Elite e, neste período de quarentena em prevenção ao novo coronavírus (Covid-19), novas produções chegam ao mercado. Por exemplo, os filmes O Poço e A Casa.

Em comum, todas as produções carregam (em maior ou menor grau) a mensagem de crítica mordaz contra a desigualdade e o capitalismo.

O Poço virou uma espécie de hit da Netflix: assim como aconteceu com La Casa de Papel. O filme do diretor Galder Gaztelu-Urrutia está entre os mais comentados e assistidos da plataforma.

Boa parte do sucesso se dá pela história, que mistura crítica social, política e econômica. Com atores desconhecidos do público internacional, O Poço narra a vida em uma prisão, na qual os internos precisam, literalmente, disputar cada pedaço de comida.

Organizada em forma de torre, o banquete da prisão desce do andar zero ao último (são cerca de 330). Os primeiros comem e os últimos morrem de fome, uma metáfora do regime capitalista. Detalhe: a maior parte dos internos está lá de maneira voluntária.

O atual momento de crise mundial, com coronavírus e duros impactos na economia global, parece ter sido um catalisador para o sucesso do filme.

A Casa

Outro candidato a hit vindo da Espanha é A Casa, filme dos diretores David e Àlex Pastor, que mostra a história de Javier Muñoz (Javier Gutiérrez) – um ricaço que vê seu império ruir e precisa se mudar para um bairro pobre.

Ele, então, pega uma chave e invade sua antiga residência, ficando obcecado com os novos moradores: o filme tem feito tanto sucesso que é comparado ao vencedor do Oscar 2020, Parasita.

La Casa de Papel e Elite

As duas séries tem semelhanças: mesmo que tratem o tema desigualdade de formas distintas. Em La Casa de Papel, que estreou a 4ª temporada neste ano, os assaltantes buscam burlar o próprio estado e garantir o dinheiro que não chega a eles.

Elite, por outro lado, mostra a tensão de classes entre jovens ricos que, após um bilionário superfaturar uma obra e uma escola despencar, tem de lidar com estudantes de baixa renda: a série ganhou a terceira temporada recentemente.

Outras opções

A variedade de séries espanholas na Netflix é grande. Há diversas opções, que, um pouco menos conhecidas, oferecem interessante cardápio.

Entre as novidades, está Toy Boy: lançada em fevereiro, a produção conta a história de Hugo (Jesús Mosquera), um stripper preso por sete anos que, em liberdade, luta para provar a inocência.

Vis a Vis – ou uma versão espanhola de Orange is The New Black – retrata a vida de presidiárias de uma prisão feminina, com foco em Macarena Ferreiro (Maggie Civantos).

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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