Mercado imobiliário começa a se estabilizar e apresenta crescimento moderado

 A efervescência observada no mercado imobiliário em Porto Velho nos últimos tres anos levou corretores, investidores e candidatos à aquisição da casa própria a ficarem com a impressão de formação de uma “bolha” no setor. Passado o período de especulação, em que o fluxo migratório decorrente das obras das usinas Santo Antonio e Jirau, no rio Madeira, foi o grande vilão, o mercado começa a se estabilizar e apresenta crescimento moderado.

Para o gerente regional de construção civil da Caixa Econômica Federal, Carlos Aparecido, não há motivo para se alarmar com uma possível bolha no mercado imobiliário local, pois o crescimento é sustentável e lógico. “A demanda ainda é muito grande e o que está sendo construído atende a necessidade atual. Na faixa de imóveis de R$ 100 mil a 300 mil há mais oferta, já no segmento até R$ 100 mil, faltam unidades e tudo que é lançado é vendido rapidamente”, avalia. Já o mercado de casas em condomínios é apontado por ele como em franca expansão, com unidades de 200 metros quadrados negociadas em média por R$ 800 mil.

A gerente comercial local da Direcional Engenharia, Deborah Goulart, observa que é estável a situação do mercado imobiliário em Porto Velho. “Passou a euforia, os imóveis usados estão voltando ao preço real; os novos estão com valores condizentes com custos de matéria-prima e mão de obra, não vão mudar. As empresas agora vão ter que se esforçar mais para vender as unidades, diferente do que houve antes”, diz. A construtora prepara o lançamento da terceira etapa do Total Ville, empreendimento popular, para este semestre.

De acordo com o presidente do Conselho Regional de Corretores Imobiliários (Creci-RO), Flaézio Lima, o crescimento hoje é gradativo. “Se houve uma bolha, já foi superada. O mercado está mais estável, adequado ao seu tamanho. Mas ainda é difícil saber o que ocorrerá nos próximos anos. Em 2013 pode haver novo crescimento, os índices apontam isso”, afirma Flaézio. “Em 2011 os negociadores tinham o preço especulativo pré-definido, nem pediam avaliação. Hoje isso já mudou, o preço do mercado é o preço real”, continua.

R$ 1 bilhão 

A retração do mercado pode ser apenas impressão decorrente do que ocorre no primeiro semestre, considerado normalmente mais fraco para vendas, que se concentram na segunda metade do ano. A meta da Caixa Econômica Federal para 2012 no financiamento habitacional em Rondônia é R$ 800 milhões, mas deve ser facilmente superada, ultrapassando R$ 1 bilhão. “Fechamos o primeiro semestre com R$ 476 milhões contratados, e valor médio de R$ 117 mil a unidade, o que soma cerca de 4 mil unidades financiadas”, fala Carlos Aparecido.

Entre os motivos para incerteza do futuro da habitação em Rondônia e no país, está a ausência de indicadores específicos, que dificulta análises e projeções. “Há dificuldade de se calcular o valor do metro quadrado, alguns itens mudam muito de região para região, e em geral é observado o preço médio nacional”, fala Carlos Aparecido, da Caixa Econômica. 

O presidente do Creci-RO destaca que sem um órgão para mensurar indicadores específicos do mercado imobiliário, boa parte do que se fala é incerto. “Sem o Sindicato da Habitação (Secovi) em Rondônia, que não foi formalmente instalado, não temos quem acompanhe dados reais do setor. Devemos implantar no Creci um departamento para realizar esse trabalho, que é fundamental para todos do segmento”, anuncia Fláezio Lima.

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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