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Acabou a fase da vergonha

Publicado em: 27/06/2017 - 12:00
Acabou a fase da vergonha

 

O presidente Michel Temer (Foto: Foto: Alan Santos/PR)

 

 

 

 

 

A denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente Michel Temer encerra de vez a fase da vergonha em Brasília. Daqui para a frente, Temer, seus ministros mais próximos, seus assessores de confiança (os poucos que não estão presos ou fora do governo por precaução) e seu aliados no Congresso trabalharão pela sobrevivência à beira do precipício. Nessa situação, o limite nas atitudes fica mais elástico, a ponto de sumir. Esperam-se rasteiras, bate-bocas, enfim, uma pancadaria política generalizada e crescente. No Congresso, será aberto sem estribeiras o jogo das trocas de votos por cargos, emendas e algo mais que se pode imaginar. Será preciso ter estômago para tudo o que virá.

Temer é o primeiro presidente da história do Brasil processado no cargo por um crime comum – corrupção passiva. Chegou a essa situação porque o empresário Joesley Batista, da JBS, gravou uma conversa mantida com o presidente no Palácio do Jaburu em 7 de março. Pela análise da conversa e devido a investigações posteriores, Janot afirma ao Supremo Tribunal Federal que Temer usou o cargo de presidente da República para receber uma propina de R$ 500 mil por meio do ex-deputado Rodrigo Rocha Loures. Rocha Loures está preso e pode se tornar um delator. Além desta, Janot ainda vai apresentar mais duas denúncias contra Temer, por dois outros crimes. Cada uma será remetida ao Supremo e será votada na Câmara. Temer terá de reunir, três vezes, pelo menos 171 deputados para barrar as investigações. Custará caríssimo e ele e ao país.

Será preciso ter estômago para observar a Câmara. Acabou aquela vergonha, aquele constrangimento que os parlamentares tiveram de assumir certas posições contra a Operação Lava Jato e a punição pela corrupção. Aliados do governo adotarão o pragmatismo mais radical e defenderão Temer com frases e justificativas que causam revolta no cidadão comum. Aparecerão aquelas visões que relativizam até fatos abjetos. Deputados que estão de olho em cargos e ascensão, fazem parte da base aliada ou não são opositores ferrenhos farão coisas assim porque o governo estará aberto como nunca a ouvir seus pedidos e atender a eles. Fechados dentro do prédio do Congresso, os deputados poderão exercer aquela postura de desconexão da realidade que rende benefícios políticos em certas ocasiões.

O governo vai trabalhar para Temer. Seus integrantes vão se concentrar em fornecer tudo o que for necessário para a Câmara barrar a denúncia. Também jogarão no outro flanco, no qual atacarão o procurador Rodrigo Janot dia e noite. Pode não ser institucionalmente correto a cúpula de Brasília trabalhar para o presidente, não para a nação, mas foi o que aconteceu na fase mais aguda do impeachment de Dilma Rousseff, há pouco mais de um ano, e é o que acontecerá agora. A reforma trabalhista, que está mais adiantada, andará mais devagar e pode parar. A reforma da Previdência – dura, mas necessária para o país prosseguir – só será assunto no segundo semestre. Ainda assim, não há nenhuma garantia, fora discursos no piloto automático, de que será levada adiante e menos ainda de que será aprovada na amplitude prometida; o mais provável é que sobre apenas uma carcaça. Não pode ser diferente.

Temer é um presidente enfraquecido, que comanda um governo em pedaços, com alguns ex-integrantes presos, outros ameaçados de prisão e dois ministros – Eliseu Padilha e Moreira Franco – mantidos no cargo para evitar esse constrangimento. Mas é um governo que ainda tem algum espaço para negociar com o Congresso. Ali, o campo está aberto para o pragmatismo mais selvagem e sem limites.

 

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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