21 espécies de animais em risco de extinção, diz Ibama do Amazonas

 Dados da Superintendência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apontam que 21 espécies constam na lista oficial dos animais ameaçados de extinção no território do Amazonas. Os estudos ainda mostram que os peixes-bois continuam sendo o animal que mais correm risco de extinção no Estado, devido à baixa taxa de reprodução, o constante contato com os ribeirinhos e a caça predatória.

“Praticamente todo caçador que encontra um peixe-boi o mata, porque é um animal que fornece muita carne, aproveitando ainda a banha e o couro. Fora esse existe uma procura intensa por animais para ser bicho de estimação: araras, papagaios e macacos. Porém, o que mais ameaça os animais é a destruição do habitat natural, mas no Amazonas ainda há áreas contínuas preservadas para refúgio dessas espécies”, ressaltou o analista ambiental do setor de faunas do órgão, Robson Esteves.

Para o analista ambiental do setor de faunas do órgão, Robson Esteves, o número de espécies com risco de desaparecerem na área da Amazônia é pequeno, próximo às listas de outros biomas brasileiros. “O Amazonas é muito grande e ainda possui várias áreas preservadas, por isso alguns animais na Amazônia não estão ameaçados de extinção. Essa lista de espécies é muito maior na Mata Atlântica, quando praticamente todos os animais estão ameaçados. No caso dos animais típicos da Amazônia, são poucos que estão ameaçados de extinção. Dentre essas espécies as ameaças consistem na caça ou captura para utilização como animal de estimação”, explicou.

Problemas de recursos atrapalham trabalho

O analista do Ibama afirmou que o combate à extinção de animais no Amazonas está comprometido pela falta de recursos. Segundo Robson, desde 2003, o dinheiro repassado pelo Ministério do Meio Ambiente, pasta que coordena o Instituto, está sendo reduzido, o que atrapalha os trabalhos.

“Fiscalização ostensiva, que consiste na verificação de áreas onde haja possibilidade de ter gente caçando, infelizmente não existe condições do Ibama fazer. Porque exigem muitos recursos financeiros para arcar com o grande volume de combustível. Isso porque, no caso da Amazônia, por ter poucas estradas a fiscalização é feita de barco e a embarcação consome muito mais do que um carro, o que implica no gasto maior com combustível. Também não podemos sair para fiscalizar com barco de motor 15, pois um traficante de animais, por exemplo, não se desloca num barco desse, ele está com um de motor de 100 ou 115. Assim a fiscalização não pegaria o traficante. Então, é preciso equipes em embarcações maiores, armamento e tudo isso tem um custo”, revelou.

Robson ainda informou que as atividades do órgão, atualmente, se resumem à apuração de denúncias. "Quando alguém liga para denunciar desmatamento e caça ilegal, o Ibama vai com uma equipe especificamente para o local informado. Mas isso em áreas próximas a Manaus, porque se for um local muito distante da capital esse fiscalização fica mais complicada de ser realizada. De uma forma geral todos os órgãos ligados ao meio ambiente foram deixados de lado, não é só o Ibama e não somente no Amazonas. A política do Governo Federal não privilegia o meio ambiente”, enfatizou o analista ambiental.

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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