Em dia de aniversário da Constituição, PSOE e PP calam propostas reformistas para travar Vox

É necessário “defender a Constituição de radicais e de sectários que querem apropriar-se dela para a usarem como arma de arremesso”, dizem fontes do PSOE ouvidas pelo jornal “El País”. Apesar de os socialistas terem várias propostas de mudanças constitucionais, a prioridade é “cumprir” a lei fundamental, “ajudando a formar Governo”.

“Na atual configuração das Cortes [Gerais, o Parlamento espanhol], o que se impõe é a defesa da Constituição porque ela pode sofrer ataques sérios”, sublinham, por sua vez, fontes do PP ao mesmo diário.

No 41.º aniversário da Constituição espanhola, que se assinala esta sexta-feira, há um bloco central de entendimento de que não é a hora de mudar a lei fundamental de 1978. O cenário é de profunda fragmentação política e tanto socialistas como populares convergem na defesa da Constituição dos ímpetos do partido de extrema-direita Vox e dos partidos independentistas. O objetivo é evitar retrocessos e alterações na configuração de Espanha como um Estado autonómico.

A vontade do Vox de suprimir do texto fundamental aquele estatuto leva a maioria dos restantes partidos a não fazer senão a defesa da Constituição tal como ela está. Os populares, que dependem do partido de Santiago Abascal para manterem o poder nas comunidades de Andaluzia, Madrid e Múrcia, também se sentem incomodados pela defesa do Vox de uma Espanha centralizadora.

PSOE CARREGA NO ACELERADOR PARA INVESTIDURA
A composição das duas câmaras das Cortes mudou substancialmente após o ato eleitoral de novembro, as quartas legislativas em quatro anos e as segundas em pouco mais de meio ano. O PSOE voltou a vencer as eleições, mas sem maioria, o PP recuperou, o Vox mais do que duplicou o número de deputados, enquanto o Unidas Podemos perdeu assentos e o Cidadãos quase se extinguiu. Aos deputados destes partidos somam-se um do Bloco Nacionalista Galego e outro do Teruel Existe.

Entretanto, os socialistas carregaram no acelerador com vista a uma investidura do primeiro-ministro em funções, Pedro Sánchez, entre os dias 16 e 19. Para isso, precisam do apoio da Esquerda Republicana da Catalunha, cuja abstenção é imprescindível se o PP e o Cidadãos mantiverem os seus votos contra.

Nas próximas terça e quarta-feira, o rei Filipe VI realizará uma ronda de consultas aos partidos para avaliar se há condições para a tomada de posse de um Governo de coligação do PSOE e do Podemos.

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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