Japão. Shinzo Abe garante lugar na História mas fica abaixo de votação necessária para mudar Constituição

Shinzo Abe declarou vitória nas eleições de domingo, garantindo o seu lugar na História como o primeiro-ministro há mais tempo no Japão.

A coligação conservadora do Governo de Abe conquistou a maioria dos assentos na câmara alta do Parlamento mas não conseguiu o número suficiente para cumprir a sua ambição antiga de rever a Constituição pacifista, em vigor desde que os ocupantes americanos a criaram em 1947.

O primeiro-ministro tentou minimizar a importância de não ter conseguido os assentos necessários para iniciar uma revisão constitucional. “Não se trata de obter ou não a maioria de dois terços mas se podemos ou não ter um bloco de Governo estável”, disse, citado pelo jornal “The New York Times”.

SUCESSO DE ABE DEVE-SE GRANDEMENTE A OPOSIÇÃO FRACA
A Constituição apela à renúncia da guerra e há muito que Abe declarou a sua vontade de a mudar para que o Japão possa reforçar as suas Forças Armadas. No entanto, durante a campanha, o primeiro-ministro não se deteve na mudança do texto constitucional, concentrando as suas promessas na proteção das finanças do país e destacando o seu relacionamento pessoal com o Presidente norte-americano, Donald Trump.

Ao mesmo tempo, Abe questionou a capacidade de qualquer um dos vários partidos da oposição de governar. O seu sucesso ficou a dever-se em grande medida à falta de uma oposição forte, escreve o “Times”. Com cinco grandes partidos a fazer sombra ao Governo, muitos eleitores têm dificuldades em manter-se a par das mudanças, uma vez que em cada eleição surgem novos partidos enquanto os partidos antigos se separam e reconstituem.

MULHERES CONTINUAM SUBREPRESENTADAS
Alguns dos partidos da oposição tentaram distinguir-se, apresentando mais candidatas mulheres, que, segundo os resultados, ocupam agora 56 dos 245 assentos da câmara, ou seja, quase um quarto do total.

Apesar de frequentemente dizer que ambiciona uma sociedade em que “as mulheres possam brilhar”, menos de uma em cada seis candidatos do seu Partido Liberal Democrata era mulher. Além disso, o seu elenco governativo inclui apenas uma mulher.

A SEGUNDA TAXA DE PARTICIPAÇÃO MAIS BAIXA
Num país onde um quinto da população tem 70 ou mais anos, todos os principais partidos apontaram baterias ao sistema nacional de pensões durante a campanha.

A taxa de participação, um pouco abaixo dos 49%, foi a segunda mais baixa do histórico das eleições para a câmara alta do Parlamento. As chuvas fortes no sul do Japão poderão ajudar a explicar a pouca afluência às urnas nalgumas regiões do país, mas o desinteresse dos eleitores terá sido um fator decisivo.

HÉLDER GOMES
 

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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