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Resposta à piscicultura: Por que alguns peixes têm gosto de barro?

Publicado em: 18/05/2019 - 12:00
Resposta à piscicultura: Por que alguns peixes têm gosto de barro?

Quase sempre somos questionados sobre o porquê do gosto de barro em algumas espécies de peixes cultivadas e comercializadas nas feiras e nos mercados de pescado em todo o estado de Rondônia?

 

                Para responder a esta pergunta habitual tivemos que nos recorrermos aos nossos bancos de dados,  aos companheiros e a pesquisadores conceituados na área de limnologia — tendo como referências o Dr. Paulo César Ceccarelli e Dr. José Augusto Senhorini,  ambos com Pós-Doutorado e pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade Aquática Continental – CEPTA, membro do ICMBio, onde fomos acostumamos a realizar cursos e fazermos treinamentos para piscicultores de Rondônia, em Pirassununga-SP.  

 

                PORQUE: em nossas andanças pela piscicultura no estado de Rondônia e nos demais estados do Brasil e em outros países participando  de congressos, encontros, seminários, workshop’s, palestras e cursos que temos tido oportunidades em participar e ministrar, quase sempre a mesma pergunta se repete: por que alguns peixes têm “gosto  forte de barro”? Têm “odor de lodo”?  A explicação é simples e óbvia. Se queres conhecer a  qualidade da carne de um animal procuras conhecer a alimentação e o sistema de cultivo desse animal.

 

                Para responder a esta eterna pergunta sobre o “gosto forte de barro” e “odor de lodo” que algumas espécies de peixes apresentam em Rondônia e nos demais estados da Região Norte do Brasil — especialmente das espécies tambaqui (Colossoma macropomum, Cuvier, 1818) e curimatã (Prochilodus lineatus) e que tanto incomodam e cortam o prazer dos consumidores e ou turistas que vêm conhecer nossas riquezas e belezas naturais e que na hora H buscam saborear o prato típico da culinária regional à base de pescado, o saboroso tambaqui assado na brasa.

 

– As espécies de peixes que se alimentam de lodo, são conhecidas como espécies de peixes iliófagos ou planctófagos — que se alimentam de lodo e plâncton (zoo + fito), respectivamente, e muitos destes plânctons são algas e existem dois tipos que quando ingeridas pelos peixes dão o gosto forte de barro, sendo da família Cyanobacteria. O gosto forte de barro é causado pela GEOSMINA (trans-1, 10-dimetil-trans-9-decalol) e o gosto de lodo é provocado pelo MIB (2-metilisoborneol).

 

– Estes fortes sabores apresentados em algumas espécies de peixes em Rondônia e em toda a bacia Amazônica  ocorrem em alguns meses do ano, e tanto pode ocorrer em espécies de peixes provenientes da piscicultura quanto naqueles capturados na natureza.

 

COMO EVITAR O GOSTO DE BARRO NO PESCADO?

 

Como você já sabe que o gosto de barro no pescado é proveniente do consumo de algas que os peixes consomem, recomenda-se seguir os seguintes passos, antes de vender a sua produção de pescado:

 

  • Faça o Teste de Degustação Prévia ou Teste de São Tomé: Prepare dois ou mais exemplares de peixes do viveiro e tempere  da forma mais simples possível, sem sofisticação, usando apenas sal e cheiro verde, para fazer a degustação, com até quatro (4) membros de sua família;
  • Se o produto preparado apresentar o gosto “forte de barro” e o “odor de lodo” não tenhas dúvida ao concluir que a sua produção está necessitando de um tratamento imediato, antes de ser comercializada;
  • Suspenda a administração da ração por um período de até cinco (5) dias, tempo este suficiente para proceder a limpeza da alimentação no aparelho digestivo dos animais;
  • Se você puder e tiver disponibilidade de infraestrutura em sua piscicultura, transfira os exemplares para um outro viveiro e deixe estes peixes sem alimentação durante um período de até cinco (5) dias;
  • Se o “sabor forte de barro” e o “odor de lodo” persistirem tente outras alternativas, tais como: deixe os peixes em viveiros grandes, com bastante renovação de água e sem alimentação, por no mínimo uma semana;
  • Ao concluir a renovação de água deste viveiro, colocar sal grosso ou sal de cozinha na água (1 a 4 g/L), por um período de até dois dias;
  • Uma outra alternativa válida e factível será a de se utilizar sulfato de cobre (0,5 a 1 mg/L). Em outras palavras, isto quer dizer: 500 g : 1,0 m³. Se em um (1) viveiro de 1,0 ha de lâmina d’água nós temos as dimensões: 100,0 m x 100,0 m x 1,0 m = 10.000 m³. Então: 500 g: 1,0 m³ =  X.g: 10.000 m³. Isto é: 5.000 kg de Sulfato de Cobre (CuSO4). O Sulfato de Cobre é um composto químico, com fórmula molecular CuSO4.
  • Temos as seguintes explicações e alguns procedimentos técnicos para corrigir estes problemas, de uma forma prática e factível, ao alcance de todos.
  • Atenção: O profissional que presta assistência técnica a este projeto de piscicultura tem que ter muito cuidado ao fazer a aplicação deste produto Sulfato de Cobre CuSO4. Para tanto, torna-se necessário se calcular a Alcalinidade Total (A.T.) da água. Somente utilizar o Sulfato de Cobre (CuSO4) se a A.T da água  for    a 30 mg/L.
  • Caso você queira fazer um novo teste de degustação  para se comprovar se aquele “gosto forte de barro” “odor de lodo”  já desapareceram com as providências adotadas, tudo bem. Caso não queira, também, tudo bem;
  • Muitos piscicultores de Rondônia e região tiveram significativos prejuízos por conta do “gosto forte de barro” e “odor de lodo” entranhados na carne de seus produtos pesqueiros. Evite prejuízo. Faças a “degustação prévia”. Faças o Teste de São Tomé.
  • Consulte-nos, estamos a sua disposição, com uma equipe de profissionais Engenheiros de Pesca para resolvermos os seus problemas.
  •  

 

Antônio de Almeida Sobrinho tem Graduação em Engenharia de Pesca, UFC, com Pós-Graduação (Lato sensu) em Tecnologia do Pescado FAO/UFRPE; Pós-Graduação (Lato sensu) em Análise Ambiental na Amazônia Brasileira – UNIR/CREA-RO; Pós-Graduação (Lato sensu) em Docência do Ensino Superior – UCAM/PROMINAS; Pós-Graduação (Stricto sensu), em nível de Mestrado, em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente – UNIR; Presidente de Honra da Academia de Letras de Jaguaruana – A. L. J. 
 

 

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