Os últimos quatro ativistas pró-Nicolás Maduro que permaneciam na embaixada da Venezuela em Washington foram retirados do local pela polícia nesta quinta-feira (16), encerrando um inédito conflito em relação à ocupação da sede diplomática que durou semanas.
Há mais de um mês e com a anuência do governo de Maduro, um grupo de ativistas americanos dormia no local para impedir a entrada da delegação do líder opositor e autoproclamado presidente interino venezuelano, Juan Guaidó, reconhecido no cargo pelos Estados Unidos.
"Vários policiais entraram na embaixada", disse à imprensa a representante dos ativistas, Mara Verheyden-Hilliard, advogada da Associação para a Justiça Civil, que confirmou que os quatro militantes que estavam no prédio foram detidos.
Todo o perímetro da embaixada estava isolado e um veículo da polícia impediu o registro de imagens do momento da retirada dos manifestantes do local.
O governo de Nicolás Maduro classificou como um "ato de soberba" por parte dos Estados Unidos a retirada de militantes legalistas da embaixada, considerando também que a ação foi uma violação do direito internacional.
"Mais uma vez o governo (de Donald) Trump mostra que a verdade dói e reage com soberba violando o Direito Internacional", escreveu no Twitter o chanceler venezuelano, Jorge Arreaza.
Ambos os países romperam relações diplomáticas após Guaidó se autoproclamar presidente interino em janeiro.
Carlos Vecchio, representante do líder opositor venezuelano nos Estados Unidos, anunciou no Twitter a "liberação" da embaixada.
"A liberação da nossa embaixada ocorreu graças à luta da diáspora venezuelana", escreveu Vecchio.
O representante de Guaidó também destacou que com este passo, "se inicia o processo de recuperação" das sedes diplomáticas no mundo.
Um grupo de venezuelanos que estava reunido na porta dos fundos da embaixada gritava: "Viva a Venezuela".
"Vim ver o resultado de 14 dias de nossa luta como comunidade, quando nos reunimos aqui na nossa embaixada para reclamar o que nos interessa", disse à AFP Roberto Nasser, um venezuelano de 56 anos, que durante duas semanas passou cerca de 16 horas por dia em frente à embaixada.
Os ativistas invadiram o local com o propósito de denunciar a existência de um plano de golpe de Estado contra Maduro, impedir a entrada de representantes de Guaidó e proteger o local após a saída dos últimos diplomatas de Maduro, em 24 de abril.
No local estavam os últimos quatro militantes, que foram notificados na segunda-feira pela polícia sobre a retirada deles a força caso não desocupassem a embaixada por conta própria.
Para Ariel Gold, militante de Code Pink, uma das organizações que apoiou a invasão, a entrada da polícia foi um ato "ilegal que viola a convenção de Viena".
Após a fracassada tentativa de rebelião de um grupo de militares contra o governo de Maduro, no dia 30 de abril, venezuelanos residentes na capital americana começaram a acampar fora da embaixada e cercaram o prédio para evitar a entrada de provisões.
"Acredito que sem menosprezar o esforço que fizemos aqui, da comunidade como dos diplomatas, a embaixada não é o principal, é apenas uma parte, é uma situação que pode mudar de um momento para outro", concluiu Nasser.
Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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