Porto Velho, Macapá e Manaus entre as piores no saneamento básico

Manaus está entre cidades com pior saneamento básico, aponta pesquisa

Marcos Dantas Do G1 AM  

Manaus ocupa 82º lugar no ranking das 100 cidades cujo saneamento básico foi avaliado (Foto: Carlos Eduardo Matos/G1) 

Em pesquisa divulgada nesta quinta-feira (16), o Instituto Trata Brasil, responsável por avaliar os serviços de saneamento básico nas 100 maiores cidades do país, classificou Manaus como uma das piores no serviço. A capital amazonense ficou na 82ª posição no ranking. De acordo com a tabela de análise de dados, mais de 187,8 mil pessoas não têm acesso às redes de abastecimento de água e coleta de esgoto.

O Instituto Trata Brasil informou que a base de dados foi extraída do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), divulgado todos os anos pelo Ministério das Cidades. O SNIS é composto de informações fornecidas por empresas prestadoras dos serviços nas cidades. Os dados utilizados na pesquisa são de 2010, publicados pelo Ministério das Cidades no final de junho de 2012.

A tabela aponta que o atendimento total de esgoto não chega a 22% dos 1,8 milhão de habitantes da capital. A nota total atribuída à Manaus para serviços de água, esgoto, coleta e tratamento foi de 3,29, em um campo de 0 a 10. Segundo os dados, a cidade investe cerca de R$ 31,4 milhões por ano no setor, o que gerou a nota de 0,29, em um campo de 0 a 1.

Entre as cidades da Região Norte pesquisadas, Manaus é a mais bem colocada no ranking, cujas duas últimas colocações são ocupadas por Porto Velho, com nota total de 0,80, e Macapá, com 0,79.

Durante a cheia histórica do Rio Negro em 2012, refluxo de águas dos esgotos invadiu Avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus (Foto: Laura Lys/TV Amazonas)

De acordo com o SNIS 2010, apenas 53,5% da população urbana brasileira possui acesso à coleta e 37,9% ao tratamento de esgoto. A cidade de Santos, em São Paulo, foi a primeira colocada no ranking, obtendo a nota de 8,70 e nota máxima em itens como indicador de atendimento total de água e indicador de atendimento total de esgoto. A nota de Manaus nestes itens foi 0,96, em um campo de 0 a 1, e 0,53, em um campo de 0 a 2,5.

Em maio deste ano, a prefeitura anunciou o fim do contrato com a empresa Águas do Amazonas e o Grupo Águas do Brasil assumiu os serviços de abastecimento de água encanada e saneamento básico na capital.

Na época, a Prefeitura de Manaus estabeleceu metas para a cobertura dos serviços. No entanto, o abastecimento de água deve atingir 95% da população até o final deste ano e 98% até 2016. Já a cobertura com esgoto deve avançar gradativamente ao longo dos anos e alcançar o teto, 90% da população, somente em 2040. O prefeito Amazonino Mendes utilizou o exemplo de uma cidade do Canadá para justificar o tempo imposto. "Vancouver, localizada em um país mais desenvolvido que o Brasil, tem dimensões parecidas com Manaus e levou 30 anos para fazer com que o esgoto tratado chegasse a 90% da população", disse.

Além das metas, o órgão exigiu que a nova empresa faça investimentos emergenciais em poços, cumpra as metas de cobertura de serviços, implante uma ‘Tarifa Social’ de R$ 1,12 por metro cúbico, e ainda encomende um relatório anual da Fipe para analisar o desempenho da empresa, que deverá ser entregue também para o Tribunal de Contas do Estado (TCE/AM) e Câmara Municipal de Manaus (CMM).

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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