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Não há fronteira para o doutor Benito

Publicado em: 16/02/2021 - 12:00
Não há fronteira para o doutor Benito

José Miguel Sánchez Benito percorre 164 quilómetros desde a cidade espanhola de Salamanca até ao município português de Figueira de Castelo Rodrigo para ajudar doentes com poucos recursos. É médico, está reformado e contagiou-se com covid no consultório, mas isso não lhe tira a vontade.

O doutor Benito, como é conhecido pelos seus pacientes, desenvolve o seu trabalho num consultório habilitado pela autarquia de Figueira de Castelo Rodrigo de modo a poder dar a poio ao centro de saúde local.

O objetivo deste centro médico é ajudar as famílias mais necessitadas da zona. A blindagem da fronteira entre Espanha e Portugal imposta no passado dia 31 é um novo contratempo para o doutor, que cruza a passagem aberta entre Vilar Formoso e Fuentes de Oñoro.

Aos seus 65 anos, José Miguel trabalha oito horas semanais neste centro, onde trata pessoas com dificuldades para "pagar os medicamentos, os exames ou as análises", explica numa entrevista com a Efe.

O médico espanhol reconhece que este ano de pandemia "está a ser especial porque todas as normas dificultam levá-la com normalidade. É um consultório que não está num centro de saúde. Requer uma tarefa de desinfeção e exige um esforço adicional", argumenta.

Foi precisamente numa consulta destas que contraiu a covid-19, embora tenha recuperado bem.

"Tive o azar de ter contraído a covid no pouco tempo que estive lá. Felizmente que passei bem, com escassos sintomas, e voltei a reincorporar-me depois de um mês", recorda.

A pandemia mudou a sua relação com os pacientes. Agora, admite, as pessoas "evitam muito ir à consulta", exceto em casos de força maior.

A rotina de cruzar a fronteira para exercer a sua profissão não é nova. Há 13 anos comprou uma casa no município português de Barca D'Alva, e recorda como era chamado para "apoiar em alguns centros de saúde que precisavam que desse uma mão ou fazer alguns turnos".

Mais tarde esteve uma década a trabalhar a tempo parcial no centro de saúde de Vilar Formoso, junto à fronteira.

Com a fronteira blindada desde o passado dia 31 de janeiro, José Miguel precisa de se identificar nos controlos fronteiriços para entrar em Portugal. Um passo obrigatório que, de acordo com este médico espanhol, devia ser mais flexível porque "há muita mais gente da que se pensa que têm que a cruzar todos os dias".

"Contam-me de uma pessoa que tem um carro de cada lado da fronteira para se poder mover. Deixa um, cruza a pé e apanha o outro. Mas acho que não podem vigiar todas as passagens, não sei", reflete o médico.

"Gosto do que faço", afirma o doutor Benito, que preferiu continuar com a sua vocação apesar de já estar retirado. "Neste momento que estou recém reformado, não queria desligar-me de todo da medicina, e é uma boa colaboração", conclui.

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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