Conservadores portugueses vão excluir extrema-direita de coligações nas municipais

O Partido Social Democrata (PSD, centro direita) e o democrata-cristão CDS, os dois principais partidos conservadores de Portugal, vão assinar um acordo para as eleições municipais, previstas para depois do verão, que vai excluir o partido de extrema-direita Chega de possíveis coligações.

Os líderes do PSD, Rui Rio, e do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, reuniram-se esta quarta-feira para preparar a estratégia para as futuras eleições municipais e possíveis entendimentos entre a direita, também com terceiros partidos, mas acordaram deixar o Chega fora de possíveis coligações.

"O único em que estamos de acordo é que não haverá (coligações) com o Chega. Mas tirando o Chega, depois vê-se com o resto", disse Rio à imprensa após a reunião, e assinalou que o partido de extrema-direita "tem que se moderar" para falar com o PSD.

Por sua parte, Rodrigues dos Santos explicou que o objetivo do acordo é formalizar alianças eleitorais para "ganhar o maior número de autarquias à esquerda" e ressaltou que não haverá coligações do seu partido com o Chega "nem nas municipais nem nas legislativas".

O PSD, que lidera a oposição conservadora ao Governo socialista, e o CDS, que atualmente tem 5 deputados, são parceiros habituais, chegando inclusivamente a candidatarem-se em conjunto às eleições legislativas de 2015.

Mas o Chega irrompeu recentemente no cenário político à direita do hemiciclo, tendo vindo a ganhar apoios.

Depois de se estrear nas legislativas de 2019 com 1% dos votos e um deputado, o seu líder, André Ventura, o partido conseguiu no passado domingo quase 12% dos votos nas presidenciais.

O partido foi também chave para a governabilidade nos Açores, onde não entrou na coligação para o governo regional mas chegou a um acordo com o PSD em troca do seu apoio.

O acordo dos Açores, unido ao crescimento do Chega e à crise que a direita tradicional vive, suscitou no país a dúvida de se poderão ser alcançados pactos similares ou até coligações com a extrema-direita ao nível nacional.

O PSD sofreu um duro revés nas municipais de 2017, onde obteve o seu pior resultado da história, enquanto que o CDS conseguiu mais uma autarquia relativamente às anteriores, embora tenha conseguido menos votos na totalidade do país.

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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