Acre acusa Peru de massacrar haitianos

 O Acre está em vias de esgotar a sua paciência com o Governo do Peru. Tanto que já tem preparada uma petição que denuncia o país vizinho por omissão de socorro aos imigrantes haitianos retidos na cidade de Iñampari. A denúncia, admite o secretário Nilson Mourão (Direitos Humanos), chegará à Comissão de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos).  “Eles estão, realmente, ao Deus-dará. Não vemos outra alternativa a não ser cobrar a responsabilidade do governo peruano”, disse.

O grupo de imigrantes faz greve de fome e alguns deles ameaçam se matar como forma de conquistar ajuda humanitária. “O Peru tem tratados internacionais assinados, se comprometendo a, de forma alguma, desamparar imigrantes que estejam em seu território”, lembrou o secretário.

Emissários do governo do estado e servidores da Prefeitura de Assis Brasil monitoram a situação na fronteira, considerada “extremamente grave”. O secretário foi informado que há um grupo de 80 haitianos se embrenhando pelas matas bolivianas, com destino a Brasiléia. Esses estrangeiros não receberam qualquer assistência nem do Peru nem do Brasil, e estariam doentes e famintos.

“A questão não é a quantidade. O problema é que isso não pára nunca, e tem gastos acima de nossas possibilidades. Eu já antecipei os orçamentos de dois exercícios. Gastamos R$ 2 milhões em ajuda aos imigrantes estrangeiros. Daqui a pouco a secretaria vai fechar”, protestou.

A pressão ao governo acreano se deve á preferência dos haitianos pelo tipo de ajuda oferecida pelo Brasil. O Estado do Acre é o único a ofertar visto permanente com oportunidades de trabalho. Um cadastro de emprego já garantiu emprego com carteira assinada a vários haitianos em diversos estados como Rondônia, São Paulo, Paraná e outros.

Em Brasília, não há qualquer movimento em favor de nova autorização para que os haitianos entrem no país. O cônsul-geral do Peru em Rio Branco, Jesus Cristobal Carranza Quinhones, não recebeu a reportagem para comentar o assunto. Um porta-voz do consulado sugeriu que a imprensa do Acre busque informações da Presidência do Peru e da Presidência do Brasil, dando a entender que a questão só poderia ser resolvida com a intervenção direta das principais autoridades dos dois países.

Assem Neto, da TV Gazeta publicada em Agazeta.net

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