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Mulheres chamadas Maria de cinco países – Cuba, Nicarágua, México, Brasil e Peru – falam sobre a importância de Nossa Senhora em suas vidas

Publicado em: 02/11/2015 - 12:00
Mulheres chamadas Maria de cinco países – Cuba, Nicarágua, México, Brasil e Peru – falam sobre a importância de Nossa Senhora em suas vidas

No Brasil, a Virgem Maria é conhecida na figura de uma santanegra, com manto azul-escuro e coroa dourada. Na Argentina, Nossa Senhora de Luján é representada com traços mestiços. Na Bolívia,Nossa Senhora de Copacabana traz elementos indígenas. Em Cuba,Nossa Senhora de la Caridad del Cobre tem as características do povo caribenho: pele morena e cabelos cacheados. Todas apareceram para populações pobres. Nossa Senhora de Guadalupe, venerada no México, apareceu para o índio Juan Diego, em 1531, sem coroa, trono ou ornamento. Nossa Senhora da Conceição Aparecida, padroeira do Brasil, foi encontrada em 1717 por três pescadores caboclos na Vila de Guaratinguetá, em São Paulo.

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Mãe de Jesus Cristo, na tradição da Igreja Católica Apostólica Romana, Maria foi incorporada pelos povos latino-americanos em cores locais. Em Marias, documentário dirigido pela cineasta Joana Mariani, que estreou recentemente no Festival de Cinema do Rio, mulheres chamadas Maria de cinco países – Cuba, Nicarágua, México, Brasil e Peru – falam sobre a importância de Nossa Senhora em suas vidas. “A gente precisa de uma mãe”, diz uma das Marias no documentário, cujas imagens ilustram esta reportagem. “Somos países sem pai.”

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Nos séculos XV e XVI, a colonização da América introduziu, muitas vezes a ferro e fogo, a religião católica para os povos nativos. A imagem de Jesus manteve-se como na Europa, um homem de pele clara e cabelos longos. A mãe de Jesus teve tratamento diferente. Se no Velho Mundo era retratada como rainha, símbolo da monarquia europeia, na América Latina a Virgem Maria ganhou feições plebeias. Frutos de relacionamentos – muitos forçados – entre um homem branco e uma escrava, os mestiços latino-americanos, em geral, faziam parte de famílias comandadas somente pela mãe. Renegados pelo pai biológico, a referência central era a mulher. “A família chefiada pela mulher passou a ser refletida também no plano simbólico: na adoração da mãe, na adoração de Nossa Senhora”, diz George Zarur, antropólogo e autor do livro A guerra de identidades, lançado em maio.

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No processo de independência da América Latina, os povos latinos, guiados pela crença na esperança, também passaram a buscar amparo nas imagens da mãe de Jesus. “Nossa Senhora, de símbolo da família, passou a ser símbolo de nações”, diz Zarur. As diferentes versões da Virgem Maria viraram ícones da resistência de indígenas e mestiços durante os séculos da colonização europeia.  “A espiritualidade e a conversão ao catolicismo, tão almejadas pelos europeus, foram um tiro no pé do processo colonizador”, afirma Alex Villas Boas Oliveira Mariano, professor doutor de teologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-­SP) e especialista em antropologia teo­lógica. Apesar de a independência ter sido conquistada há mais de 200 anos, Nossa Senhora continua a ser venerada porque novas formas de violência ainda marcam as comunidades mais pobres do continente. No Brasil, em Cuba, na Bolívia ou no México, sempre haverá alguém pedindo a proteção de Nossa Senhora. Com outros rostos, nomes e histórias, as múltiplas versões de Maria aludem a um passado sombrio – e à superação do sofrimento por meio da fé.

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Procissão da Virgen de la Candelária, na cidade peruana de Puno (Foto: Documentário Marias/Divulgação) 

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