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A Terceira Margem – Parte LXXIX –

Publicado em: 03/11/2020 - 12:00
A Terceira Margem – Parte LXXIX –

Porto Velho, RO/ Santarém, PA ‒ Parte XLVIII

Real Forte do Príncipe da Beira – XVI

A República

Em 1776, a monumental Fortificação fora construída para defender o Estado do Brasil, dos espanhóis.

Agora, cento e treze anos depois – em 1889 – era abandonada à pilhagem dos bolivianos. Dezesseis anos após a Proclamação da República, a obra de saque estava concluída.

Por isso, pouco antes de 1906, ao visitar o Real Forte do Príncipe da Beira, escreveu um ilustre político mato-grossense, o Engenheiro Manoel Esperidião da Costa Marques:

Nas povoações bolivianas de Madalena, de Baurés, de São Joaquim, há telhas, há portadas, há tijolos das casas da Fortaleza, como há também imagens de sua Capela na Igreja desta última Povoação! No Porto de Antofogasta, no Pacífico, já uma vez um cruzador inglês comprou um dos pequenos canhões de bronze, que tem as armas de Portugal, do tempo de D. Maria I e o levou para o Museu Histórico de Londres!

E continua Costa Marques:

E assim as sólidas casarias de dentro da Fortaleza, que formavam duas ruas e que eram nobres moradas dos Comandantes do Forte e dos oficiais; Capela, armazéns, depósitos, têm apenas hoje as suas paredes, que, sendo de pedra e cal, hão de ficar de pé e hão de atestar por muitos séculos a nossa incúria […]

Essas palavras foram escritas pouco antes de 1906, por um ilustre mato-grossense, que chegou a Presidente do seu Estado. São atualíssimas. (FERREIRA, 1961)

Conclusão

Concluímos este capítulo com alguns parágrafos da obra “Real Forte Príncipe da Beira”, de José Maria de Souza Nunes, publicada pela Editora Spala, em 1985.

A crônica secular das Fortificações luso-brasileiras compõem memorável capítulo da história colonial. Primorosa linha de defesa, que delineou as remotas lindes do território, não representava mero produto do engenho diplomático e do descortino estratégico, expressivos componentes de uma perene política de Estado. Avultava, sobretudo, como resultante da vitalidade da raça, do rijo caráter nacional, da épica obstinação e do ancestral desassombro que, desde o limiar dos tempos, impeliram os portugueses a portentosos empreendimentos na realização de seu destino histórico.

A nacionalidade é a herança secular das ingentes lutas, dos penosos sacrifícios e das soberbas conquistas de nossos maiores, de que os antigos redutos coloniais prestam indelével testemunho no litoral, nas selvas, nas fronteiras longínquas, na vastidão enfim do continente brasileiro.

Ali, na agrestia indomada dos sertões do Guaporé, sobranceiras na barranca do Rio, as venerandas muralhas do Forte Príncipe da Beira entestam os séculos, indiferentes às intempéries tropicais, insensíveis à agressiva mataria que busca ocultar-lhes o simétrico perfil.

O Forte Príncipe da Beira, no silêncio de seus dias, revela a grandiosa lição de fé, de coragem moral, de inequívoca determinação e de admirável amor à terra natal que legaram às presentes gerações seus intrépidos construtores. Reminiscência de pedra, marco do passado, o Forte Príncipe da Beira expressa a mensagem histórica de nossa formação nacional. (NUNES)

Porto Velho

(José de Mesquita)

Ao lento e doce fluir das águas do Madeira

Que te embala e te viu o berço e o crescimento,

Te estendes, do Mocambo ao Caiarí, faceira,

Aos céu; erguendo o porte altivo e cismarento.

Tua paisagem traz-me sempre ao pensamento

Teu passado viril, a tua História inteira,

E vejo-te enquadrada, entre o teu céu nevoento,

Entre a hevea, o açaí e a esbelta castanheira.

Porto Velho… de quando ao teu porto chegavam

Os arigós de outrora os que te desbravavam

A selva, aqui lançando um marco promissor,

Tu serás, dentro em breve, o Porto Novo, abrindo

O seio a quantos vêm teu futuro construindo,

Na epopeia sem par do mais nobre labor.

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