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A Terceira Margem – Parte CLXII – Foz do Breu, AC/ Manaus, AM ‒ Parte XXXVIII Kampũ – a Vacina do Sapo I

Publicado em: 01/03/2021 - 12:00
A Terceira Margem – Parte CLXII – Foz do Breu, AC/ Manaus, AM ‒ Parte XXXVIII Kampũ – a Vacina do Sapo I

Foz do Breu, AC/ Manaus, AM ‒ Parte XXXVIII

Kampũ – a Vacina do Sapo I

Este remédio extraído da rã de nome Kambô é bom porque traz felicidade e também para se caçar. Quando toma o Kambô a caça se aproxima curiosa, pois quem o toma passa a emitir uma luz verde e é esta luz que faz a caça e as coisas boas se aproximarem de nós. Serve para tirar a panema e também desentope as veias do coração e faz circular o sangue do ser humano como um todo. O uso do Kambô é milenar em nossa tradição: vem da sabedoria dos nossos ancestrais. (Pajé Assis André Katukina)

A Phyllomedusa bicolor ou rã Kampũ, Kambo, Kambô, Cambo ou Sapo Verde, é um anfíbio arborícola encontrada na Bolívia, Peru, Venezuela, Guianas, na Amazônia e em algumas vegetações ribeirinhas do Cerrado brasileiro. É uma perereca da Família Hylidae que, apresenta placas aderentes na ponta dos dedos, que facilitam a escalada dos troncos. É a maior espécie do gênero, podendo chegar a quase 15 cm de comprimento. A Phyllomedusa possui hábitos noturnos e os machos nos meses de reprodução, cantam empoleirados na vegetação em alturas de até 10 metros. Os ovos são colocados sobre folhas nas margens de igapós e Lagos permitindo que os girinos, ao eclodir, caiam diretamente no ambiente aquático.

 

O Kambô e os Katukina e Kaxinawá

 

Os animais são capturados, pelos Pajés, durante a madrugada para extrair deles sua secreção cutânea considerada como um antibiótico natural poderoso capaz de combater e eliminar diversas moléstias. Embora existam poucas pesquisas científicas que comprovem sua eficiência, alguns especialistas acreditam que ela possa ser utilizada nos tratamentos do câncer e da AIDS, pois consideram que ela reforça o sistema imunológico destruindo as membranas celulares das bactérias.

 

Os Pajés consideram as doenças como um espírito negativo que ataca o indivíduo. Os nativos fazem uso do Kambô para afastar o inimigo, acabar com o desânimo e falta de vontade para caçar, para estimular a libido, afugentar a má sorte, a tristeza, combater a baixa estima, fortalecer o corpo, a mente e o espírito, e fundamentalmente, para buscar a harmonia com a natureza, melhorar o fluxo sanguíneo permitindo mais ativamente circular a emoção, o sentimento e o amor.

 

Os líderes espirituais afirmam que o remédio traz a sorte para quem caça, fazendo com que o animal se aproxime curiosamente do caçador já que, ao ser tratado com o Kambô, ele passa a emitir uma luz verde que faz a caça se aproximar. Os Katukinas nunca matam os Kambô, pois acham que se o fizerem, poderão ser picados por cobras. Os Ashaninkas afirmam que, se o sapo cantar próximo de uma cabana, ele precisa ser imediatamente capturado e, a seguir, o nativo precisa queimar os pulsos e, no alvorecer do dia seguinte, bater nas costas do sapo, para ele soltar o veneno que será passado sobre o local queimado.

 

Pesquisa Nacional

 

Bruno Filizola, do Programa Brasileiro de Bioprospecção e Desenvolvimento Sustentável de Produtos da Biodiversidade (PROBEM), do Ministério do Meio Ambiente, afirma que a secreção produzida pela Phyllomedusa bicolor tem mais de 200 moléculas com reais possibilidades de exploração comercial e que tramitam, hoje, uns 80 pedidos de patente em todo o mundo.

 

Estes registros têm como foco principal as moléculas com ação antimicrobiana. A Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (EMBRAPA) já possui a patente da secreção de um sapo que poderá ser usada na produção de medicamentos. Pesquisadores da Embrapa afirmam que a ciência já havia identificado as propriedades da secreção da rã Phyllomedusa independentemente do conhecimento dos índios do Acre.

 

É importante lembrar que a Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD) prevê que o registro de patentes de organismos, de suas partes e produtos derivados de seu metabolismo deve especificar claramente a origem e a forma de sua obtenção garantindo, com isso, o direito de propriedade intelectual às populações que geraram o conhecimento. A transformação de um bem cultural indígena em bem de mercado vai, certamente, gerar impactos altamente positivos nas comunidades indígenas.

 

Em 1992, a CDB foi assinada por 175 países durante a Eco-92, 168 dos quais a ratificaram, incluindo o Brasil (Decreto N° 2.519 de 16.03.1998).

 

A CDB estabelece normas e princípios que devem reger o uso e a proteção da diversidade biológica de cada país signatário propondo regras para assegurar a conservação da biodiversidade, o seu uso sustentável e a justa repartição dos benefícios provenientes do uso econômico dos recursos genéticos, respeitada a soberania de cada nação sobre o patrimônio existente em seu território.

 

Um dos conflitos entre a CDB e o Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights (TRIPS) – Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio é que, enquanto a CDB, estabelece princípios de repartição justa e equitativa dos benefícios, valorização dos conhecimentos tradicionais entre outros, o sistema de patentes do TRIPs protege, assegura monopólio e propriedade àquele que detém e desenvolve novas tecnologias e produtos, inclusive os oriundos da biodiversidade acessada por meio de conhecimento tradicional. As propostas sobre a implementação dos princípios da CDB entre os países mega-biodiversos e aqueles detentores de tecnologia não avançam em função de que alguns países (USA) não ratificaram esse tratado multilateral. Portanto, não são obrigados a respeitar, e não respeitam, os princípios da Convenção sobre Diversidade Biológica.

 

Pesquisas científicas vêm sendo realizadas sobre as propriedades da secreção da Phyllomedusa bicolor desde a década de 80. O primeiro a “descobrir” as propriedades da secreção para a ciência moderna foi um grupo de pesquisadores italianos.

 

Amostras das rãs foram levadas do Peru por um pesquisador para os EUA [o mesmo pesquisador que já tinha pesquisado e patenteado anteriormente substâncias da rã Epipedobates tricolor, utilizada tradicionalmente pelos povos indígenas do Equador].

 

Também foram publicadas pesquisas sobre as propriedades da secreção por pesquisadores franceses e israelitas.

 

Mais recente, a Universidade de Kentucky [EUA] está pesquisando, e patenteando, uma das substâncias encontradas na secreção do sapo, em colaboração com a empresa farmacêutica Zymogenetics. Diversos laboratórios internacionais já estão interessados no veneno do kambô para desenvolver um medicamento que pode levar à cura do câncer.

 

As pesquisas revelaram que a secreção do Phyllomedusa bicolor contém uma série de substâncias altamente eficazes, sendo as principais a dermorfina e a deltorfina, pertencentes ao grupo dos peptídeos. Estes dois peptídeos eram desconhecidos antes das pesquisas com o Phyllomedusa bicolor.

 

Dermorfina é um potente analgésico e deltorfina pode ser aplicada no tratamento da Isquemia [um tipo de falta de circulação sanguínea e falta de oxigênio, que pode causar derrames]. As substâncias da secreção do sapo também possuem propriedades antibióticas e de fortalecimento do sistema imunológico e ainda revelaram grande poder no tratamento do mal de Parkinson, AIDS, câncer, depressão e outras doenças. Deltorfina e Dermorfina hoje estão sendo produzidos de forma sintética.

 

O medicamento vem sendo desenvolvido e mostrado bons resultados nas pessoas que se encontram com dores e inflamação em geral: musculares, coluna, ciática, artrite, reumáticas, tendinite, enxaqueca e outros. Cansaço nas pernas, dor de cabeça crônica, asma, bronquite, rinite, sinusite, acne, alergias, gastrite, úlcera, diabetes, pressão arterial, obesidade, problemas circulatórios, formigamento, retenção de líquido, colesterol, cateterismo, doenças do coração em geral, hepatite, cirrose, malária [aguda] e pós malária, labirintite, epilepsia, TPM, irregularidades menstruais, infertilidade, impotência, redução da libido, depressão e suas consequências, ansiedade, insônia, irritação, insegurança, nervosismo, medo, stress, fadiga, sistema nervoso abalado, esgotamento físico, mental, emocional, desintoxicação, dependência química e tabagismo são algumas das possíveis doenças tratadas pela Vacina do Sapo.

 

Trata distúrbios nos órgãos genitais, pulmão, rim, vesícula, baço-pâncreas, bexiga, coração, estômago, intestino, tireoide, fígado, garganta.

 

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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