A sorte dos ladrões

Se a espécie humana fosse corajosa em vez de medrosa, e se tivesse pensamentos claros em vez de pensamentos confusos, será que o circo do Covid-19 teria vendido tanto ingresso? Vamos brincar com a ideia de um povo corajoso e decidido? Peguemos, então, o caso do Brasil, onde, se não me falha a memória, 60% de seus 5.570 municípios não ultrapassam os 20 mil habitantes, e outros 10% tem cidades de até 50 mil habitantes.

Isso significa que a imensa maioria das cidades brasileiras tem prefeitos e vereadores que circulam entre a população. Apenas as poucas cidades grandes têm governantes inacessíveis aos braços de seus governados. Agora, a pergunta: se a espécie humana fosse corajosa e decidida, o que será que aconteceria com esses prefeitos e vereadores que não se contentam em roubar, mas também destroem o comércio, a vida social e o equilíbrio psicológico daqueles que deveriam proteger?

Será que depois de roubarem e levarem empresários e comerciantes à falência, poderiam andar impunemente pelas pracinhas e festas juninas de suas minúsculas cidades? Haveria ortodontia e fisioterapia suficientes para ajudá-los a recuperar um mínimo de normalidade em suas vidas?

A sorte desses ladrões, agora também alçados à condição de sociopatas com o circo do Covid-19, é que a espécie humana é o que é, e não o que deveria ser. 

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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