Tiros atribuídos ao exército do Paquistão fazem pelo menos três mortos

Os disparos atribuídos ao exército paquistanês começaram por volta das 06:00 locais (00:30 em Lisboa) e visaram zonas povoadas localizadas no Estado indiano de Jammu e Caxemira, junto da chamada Linha de Controlo (que serve de fronteira de facto daquele território disputado), segundo indicou um porta-voz da polícia de Jammu (que também é a capital de inverno do setor de Caxemira que está sob a administração indiana), em declarações à agência noticiosa espanhola EFE.

O mesmo representante, que pediu para não ser identificado, afirmou que os disparos ainda não tinham acabado.

"Também dispararam morteiros", assegurou o mesmo porta-voz.

Entre as vítimas mortais, estão dois civis e um membro das Forças de Segurança de Fronteiras.

Nos feridos contabilizados, constam 24 civis e dois soldados, informou a polícia de Jammu na rede social Twitter.

Esta alegada violação do cessar-fogo acordado em 2003 para a área da Linha de Controlo está ainda a decorrer em pelo menos seis localidades do Estado de Jammu (o Estado mais setentrional da Índia) e está a ser "combatida com eficácia", referiu a força policial.

Este incidente acontece um dia depois do governo paquistanês ter acusado a Índia de ter violado o cessar-fogo na fronteira comum em pelo menos 110 ocasiões desde o início do ano corrente.

"Em 2018, as forças indianas cometeram mais de 110 violações do cessar-fogo na Linha de Controlo e na fronteira internacional, resultando em três civis mortos e 10 feridos", disse o Ministério de Negócios Estrangeiros paquistanês, num comunicado divulgado na quinta-feira.

Segundo Islamabad, a Índia violou o cessar-fogo mais de 1.900 vezes no ano passado, causando a morte de 52 civis, o número mais elevado desde o acordo de 2003 para pôr fim à troca de disparos em zonas de fronteira.

Por sua parte, em outubro, a Índia acusou o Paquistão de violar a trégua em 503 ocasiões, desde o início de 2017.

A Índia e o Paquistão, duas potências nucleares, já travaram três guerras desde a sua independência em agosto de 1947. Dois dos conflitos foram desencadeados pela questão de Caxemira, uma região dividida em duas, mas que é reivindicada pelos dois países.

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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