Investigações da Lava Jato provocam prisão de ex-ministro no Equador

As revelações da Odebrecht provocaram as primeiras prisões no exterior. Um ex-ministro do Equador e um empresário foram presos por suspeita de envolvimento no esquema de pagamento de propina.

Alecksey Mosquera foi ministro de Eletricidade, equivalente no Brasil a Minas e Energia, entre 2007 e 2009 no primeiro mandato de Rafael Correa. Em uma foto, divulgada por um jornal equatoriano, o ex-ministro aparece ao lado do presidente. Alecksey foi preso junto com um empresário que teria intermediado o pagamento da propina.

As ordens de prisão foram dadas dias depois da divulgação aqui no Brasil das decisões do ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, sobre as delações da Odebrecht. O caso está na Procuradoria-Geral da República, que dirá se esse inquérito continua aqui no Brasil ou se será enviado para o Equador.

Dois delatores da Odebrecht relataram que a empreiteira teria pago propina no projeto da usina hidrelétrica de Toachi Pilatón. A Odebrecht venceu a licitação da obra em 2008, estimada em R$ 1,2 bilhão.

A investigação no Brasil corre sob sigilo, por isso não aparecem os nomes dos funcionários equatorianos citados. Segundo os delatores, a Odebrecht pagou US$ 1 milhão, cerca de R$ 3,2 milhões, para que o financiamento da usina fosse liberado.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos, que investigou as ações da Odebrecht fora do Brasil, porque parte do dinheiro passou por bancos americanos, concluiu que ao longo de uma década, a Odebrecht pagou mais de R$ 100 milhões em propina a autoridades equatorianas. A justiça do Equador já exigiu da Odebrecht indenização e proibiu novos contratos com estatais no país.

A Odebrecht não quis se manifestar sobre as suspeitas que levaram às prisões no Equador, mas reafirmou que tem um compromisso de colaborar com autoridades de outros países, e que vai adotar as medidas necessárias para aprimorar práticas empresariais éticas.

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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