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Filme narra vida de indiano que reencontrou família usando Google Earth

Publicado em: 25/02/2017 - 12:00
Filme narra vida de indiano que reencontrou família usando Google Earth

 

 (FOTO: DIVULGAÇÃO)

 

 

Em Khandwa, pequena cidade localizada no coração da Índia, um garoto chamado Saroo vivia com muito pouco ao lado de seus irmãos e a mãe, que saía para trabalhar em construções desde que o marido deixara a família. Sem poderem frequentar a escola ou ganhar o suficiente para se alimentar, as crianças passaram a pedir por comida e dinheiro na estação ferroviária. Guddu, um dos irmãos mais velhos, por vezes conseguia trabalho varrendo os pisos dos trens.

 

Aos cinco anos, Saroo pediu para acompanhá-lo em sua visita a Burhanpur, localizada a 70 quilômetros de casa. Extremamente cansado pela viagem, Saroo prometeu aguardar o irmão na plataforma, onde dormiu durante horas. Impaciente, o garoto acabou embarcando em um dos trens, esperando reencontrar Guddu, mas notou que seu vagão começou a andar e, sem conseguir abrir as portas, viajou por mais de 1500 quilômetros em regiões desconhecidas.

 

Perdido no maior complexo ferroviário da Índia e incapaz de indicar o nome do vilarejo onde morava, Saroo viveu na rua por várias semanas até ser declarado pelas autoridades como uma criança perdida. Pouco tempo depois, o indiano foi adotado por um casal australiano, com quem viveu pelos 25 anos seguintes.

 

Estrelado por Dev Patel, Nicole Kidman e Rooney Mara, o filme Lion: Uma Jornada Para Casa é um dos concorrentes ao Oscar deste ano e descreve a vida de Saroo Brierley, que passou mais de duas décadas sem rever sua família por não saber o local exato onde morava.

 

 

 

 

Além de receber seis indicações para a premiação, recentemente Lion conquistou dois Bafta nas categorias de melhor ator e melhor roteiro adaptado, que foi inspirado na autobiografia Uma Longa Jornada Para Casa (Ed. Record), publicada em 2013. Enquanto estudava em Canberra, capital da Austrália, o indiano descobriu o Google Earth, sistema de mapeamento que reproduz por satélites a geografia detalhada de todo o planeta. De sua terra natal, lembrava-se apenas que não ficava próxima das montanhas ou a beira-mar e tinha um nome parecido com “Ginestlay”.

 

Sua busca, incentivada pelos amigos, começou através do mapa e durou pelo menos um ano, explorando as ferrovias na cidade industrial de Haora até encontrar seu local de origem, Ganesh Talai.

 

Quando foi encontrado ainda criança, Brierley foi transferido para uma lista de adoção pela Sociedade Indiana para Patrocínio e Adoção e ainda hoje se assusta com os riscos que poderia ter enfrentado, perdido nas ruas de Calcutá. “Muitas coisas poderiam ter acontecido e as possibilidades fazem meu estômago revirar”, disse em entrevista ao jornal Hindustan Paper. “Eu poderia ter sido mais uma vítima de escravidão infantil, capturado por alguma gangue ou abusado sexualmente.”

 

Desde seu primeiro reencontro com a família, em 2012, Brierley já visitou a mãe diversas vezes, embora ainda more na Austrália, onde hoje é empresário.

 

Interatividade global

 

Com o projeto chamado de Google Earth Solidário, o mapa-múndi interativo tem feito parte da história de várias pessoas e comunidades ao redor do planeta. Para organizações não governamentais e pesquisadores em diferentes áreas de estudo, a ferramenta é especialmente útil e pode facilitar iniciativas ambientais, como a da Living Oceans Society, responsável por produzir análises espaciais para a conservação da vida marinha no litoral da Colúmbia Britânica.

 

A partir das imagens do Google Earth, o grupo reproduz mapas para instruir os moradores sobre os habitats ameaçados e as áreas de pesca e lazer que precisam ser protegidas. Também é possível observar o impacto das atividades humanas sobre o meio ambiente, aspecto empregado por outras organizações: no Golfo do México, os Defensores da Vida Selvagem facilitaram a divulgação do impacto causado pelo vazamento de milhões de litros de petróleo, acidente que ocorreu em 2010, com um mapa atualizado pelas comunidades afetadas na região.

 

Com a caça predatória de elefantes por toda a África, a iniciativa da ONG Salvem os Elefantes é outro exemplo, rastreando e protegendo os animais da caça ilegal através de cercas geográficas e coleiras rastreadas por satélites.

 

“Enquanto o Google Maps oferece usos mais urbanos e casuais, o Google Earth é ideal para quem quer conhecer uma determinada região geográfica”, comparou o diretor de parcerias estratégicas do Google na América Latina, Alessandro Germano. Com as informações atreladas a essas áreas do mapa, grupos e comunidades espalhados pelo planeta podem conquistar uma “voz” capaz de sinalizar possíveis mudanças notadas pelos habitantes. “Naturalmente, regiões com muitas florestas e áreas rurais de grandes dimensões tendem a se beneficiar mais com as ferramentas e o Brasil é um bom exemplo disso.”

 

Entre todos os projetos divulgados pelo site oficial, dois têm sido aplicados no Brasil, um deles com a tribo indígena Suruí, na Amazônia. A iniciativa começou com o chefe Almir, que em 2007 descobriu a tecnologia de mapeamento e decidiu empregá-la como método para preservar a floresta tropical e o patrimônio de seu povo: após aprenderem a criar vídeos no YouTube, os membros da tribo passaram a enviar conteúdo para um “mapa cultural” do Google Earth, onde podem compartilhar suas histórias e estilo de vida com todos os outros usuários.

 

Com o mapa, a tribo também tem monitorado a exploração ilegal de madeira no território, postando fotos e vídeos com localização por GPS, que ajudam a registrar as atividades de desmatamento proibido e seus efeitos na natureza. Com essa técnica, os Suruí acompanham o estoque de carbono da floresta e podem acumular “créditos de carbono”, certificados de pessoas ou empresas que reduziram a emissão de gases do efeito estufa e podem ser negociados no mercado internacional.

 

 

 

Em casos como esse, a participação dos moradores é essencial para manter vivos os projetos, embora nenhum se assemelhe à história singular de Saroo, revelada ao público após tantos anos. “Foi uma bela surpresa”, admitiu Germano. “E adoraríamos ver mais pessoas usando essas plataformas para narrar suas jornadas.”

 

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