Novas onças são capturadas para monitoramento em reserva no AM

Duas onças pintadas começaram a fazer parte do programa de monitoramento do Instituto Mamirauá. O macho recebeu nome de "Django" e pesa cerca de 54 kg, medindo 1,80m. Além de Django, uma onça fêmea gestante, chamada de "Fofa", também foi capturada. Ambos receberam colares com GPS que registram a movimentação pela Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá diariamente.

"Fofa" pesa cerca de 39kg e mede 1,68. Em nota a veterinária Louise Maranhão afirma que a gestação indica que o ambiente é viável para reprodução da espécie.

"No momento da captura, o animal apresentou boa condição corporal, e ausência de sinais clínicos evidentes para alguma doença. O animal está bem, possui alimentação no ambiente e está se reproduzido bem. Demonstra que esse é um ambiente que está favorável para sua manutenção", disse.

Com a chegada dos dois novos animais, sobe para cinco o número de onças monitoradas pelo instituto. O líder do Grupo de Pesquisa Ecologia e Conservação de Felinos na Amazônia, Emiliano Ramalho ressaltou que na reserva podem ser encontradas 10 onças a cada 100 km². 

A pesquisa visa responder como o ambiente de várzea e a variação no nível da água influencia na movimentação destes animais. Emiliano explica que com os colares é possível seguir as onças todos os dias, armazenando informações.

O acompanhamento dos animais é feito por até dois anos, pois os colares possuem um sistema que permite que se desarmem sozinhos quando a bateria acaba, possibilitando que sejam encontrados e reutilizados posteriormente.

Para a captura, os pesquisadores utilizam armadilhas de laço que prendem o animal em trilhas da reserva. Durante o procedimento, é feito um examo clínico geral no animal. 

"Os animais são monitorados durante a anestesia, sendo avaliados todos os parâmetros vitais básicos. A gente faz o exame clínico para observar se tem alguma alteração corporal, nos dentes, nos sistemas ósseo, muscular, oftálmico, mucosas", comentou Louise. Também são coletadas amostras biológicas para análise em laboratório.

A veterinária ressalta que os animais monitorados pela equipe apresentaram ótimo estado de saúde. Segundo ela, as amostras biológicas dos animais estão em processo de análise. A pesquisa é realizada desde 2008 pelo Instituto Mamirauá. Além da pesquisa de ecologia das onças-pintadas, essas informações são base para a manutenção do turismo de observação de onças de base comunitária, mantido em parceria com uma pousada.

A região onde é realizada a pesquisa é habitada por comunidades ribeirinhas que participam e são beneficiadas pela iniciativa. O turismo de observação de onças é realizado durante o período da cheia, quando os animais que possuem os colares podem ser encontrados pelo sinal de rádio telemetria.

Comunicado da Redação – Ariquemes Online
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