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Copom decide manter a Selic em 14,25% – veja a repercussão

Publicado em: 03/03/2016 - 12:00
Copom decide manter a Selic em 14,25% – veja a repercussão
Taxa básica de juros continua no maior patamar em quase dez anos.
 
 
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reuniu nesta quarta-feira (2) e decidiu manter os juros básicos da economia estáveis em 14,25% ao ano – o maior patamar em quase dez anos. Foi a quinta manutenção seguida dos juros pelo BC, que parou de subir a taxa Selic em setembro do ano passado.
 

Em termos reais (descontada a inflação prevista para os próximos 12 meses), os juros brasileiros continuam entre os mais altos do planeta. A decisão do BC de manter novamente os juros inalterados confirmou expectativa da maior parte dos analistas do mercado financeiro. 

 

Juliana Inhasz, professora do Curso de Economia da FECAP

“Essa manutenção já era prevista pelo mercado, pelos sinais que Copom dava nas ultimas semanas. Na prática, ele não tem muito espaço para subir a taxa agora, porque a inflação hoje não é causada pela demanda, mas por preços admnistrados e ajustes de custos que não foram feitos antes. Esse mecanismo de juros para segurar a inflação tem pouco efeito nesse momento. Só é efetivo quando a inflação é de demanda. Boa parte desse ajuste de preços que não aconteceu já está acontecendo e outra parte deve acontecer. Se percebe que a inflação deve começar a perder fôlego nos próximos períodos, mesmo que continue elevada e não feche dentro da meta, deve ser menor que em 2015. Se isso acontecer, ganhamos espaço para reduzir a taxa no futuro. Uma alta agora poderia provocar mais recessão no curto prazo.”

 

Veja repercussão de economistas e entidades sobre a decisão.

 

 

provavelmente o BC vai reduzir a taxa de juros"

Juan Jensen

Juan Jensen, professor de Economia do Insper

"A decisão do Copom não trouxe nenhuma nova informação, mas mostra que a votação ficou dividida. A reunião de janeiro do BC vinha sinalizando para uma alta nos juros, mas houve essa mudança pela estabilidade dos juros e essa nova manutenção sinaliza que o BC mudou sua política monetária. Esse ciclo de aperto não só não vai vir como provavelmente o BC vai reduzir a taxa de juros, porque ele não está mais preocupado em trazer a inflação para o centro da meta em 2017. Tomou a decisão de hoje num contexto em que expectativas de inflação pioraram nas últimas semanas".

 

 

Tharcisio Souza Santos, professor das Faculdades de Administração e Economia da FAAP

a prioridade não é juro, deveria ser o lado fiscal do governo

 

Tharcisio Souza Santos

“O que precisava ter feito era aumentar os juros. Num sistema de metas, enquanto a inflação está resistindo às terapias para reduzi-la, você tem que aumentar a taxa. No Brasil, se abandonou o sistema de metas. E se dependesse dos oráculos de economia do governo, teria uma eventual redução de taxa de juros. Eu não acho suficiente manter a taxa, a inflação está muito alta. [Entre os que defendem a queda da taxa], há a velha argumentação de sempre. As pessoas querem partir para o descontrole das contas fiscais do governo, querem um câmbio manejado ao seu gosto que é para ‘ajudar a economia a crescer’ e ajudar o consumo, Isso foi praticado em larga escala de 2012 até 2014. O resultado estamos vendo agora."

 

"O que aconteceu agora é que o pessoal do BC está um pouco envergonhado. Não elevaram como deveria, mas pelo menos não tiveram coragem de abaixar a taxa. Pensar em baixar é uma bobagem monumental. Tem que botar ordem na casa. A prioridade não é juro nem câmbio, a prioridade deveria ser o lado fiscal do governo. O governo não tem coragem de atacar e ainda vem falar em CPMF, que é totalmente ultrapassado. Não precisamos de mais imposto, precisamos de menos governo.”

provavelmente o BC vai reduzir a taxa de juros"

Juan Jensen

 

Rodrigo Mariano, gerente de Economia e Pesquisa da Associação Paulista de Supermercados, em nota

 

“O governo não tem muitas alternativas e fica evidente que a decisão sinaliza que ele está inerte ao cenário econômico atual e, pior, não consegue articular uma política econômica que tire o país desta queda acentuada da atividade econômica. O quadro recessivo necessário para a redução da inflação virá do remédio amargo, que é a queda da atividade econômica brasileira, que se reflete em um cenário de redução de emprego e renda e, consequentemente, dos preços. (…) A manutenção dos juros indica uma preocupação em não errar na condução da política monetária neste momento, o que gera uma falta de ação momentânea por parte da política monetária. Estamos falando de um impacto da manutenção dos juros em patamares elevados que afetará a economia ao longo dos próximos meses."

em uma economia em forte recessão, a taxa de juros não é o instrumento adequado para que a inflação retorne às metas"

 

Firjan

Confederação Nacional da Indústria, em nota

 

"A manutenção dos juros básicos não surpreendeu a CNI. (…) Para a indústria, o Brasil precisa criar as condições que permitam a queda dos juros. A taxa de 14,25% ao ano é muito alta e prejudica o crescimento da economia. A redução dos juros depende de reformas estruturais e de um ajuste fiscal efetivo, que restabeleça a confiança dos agentes econômicos e afaste o risco de uma trajetória crescente e  insustentável da dívida pública brasileira, abrindo caminho para a reorganização da economia e à retomada do crescimento".

 

Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro, em nota

 

"A decisão do Banco Central era esperada. Em uma economia em forte recessão, a taxa de juros não é o instrumento adequado para que a inflação retorne às metas estabelecidas. (…) O Sistema Firjan defende de forma incansável um plano fiscal de longo prazo que signifique aumento do superávit primário, via redução dos gastos públicos de natureza corrente. Só desta forma será possível conter a escalada da dívida pública e da inflação, e afetar positivamente a confiança de empresas e consumidores".

 

Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de SP, em nota

 

"Todos os indicadores da atividade econômica mostram que a recessão vem se aprofundando e o desemprego, aumentando fortemente. É urgente que se tenha uma política fiscal que sinalize com o equilíbrio das contas públicas, mesmo que gradativo, o que exige forte contenção dos gastos e reformas estruturais do orçamento público, a começar pela Previdência. Esse ajuste, contudo, não pode ser baseado em aumento da tributação, pois qualquer majoração de impostos sobre as empresas ou os cidadãos somente provocará mais recessão".

 

tópicos:

Banco Central do Brasil, CNI, CNI, Copom, Economia, Firjan

 

 

 

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