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PRESIDENTE LULA NÃO FEZ A REVOLUÇÃO NA EDUCAÇÃO. E AGORA?

Publicado em: 30/07/2012 - 12:00
PRESIDENTE LULA NÃO FEZ A REVOLUÇÃO NA EDUCAÇÃO. E AGORA?

PRESIDENTE LULA NÃO FEZ A REVOLUÇÃO NA EDUCAÇÃO. E AGORA?

 

Muitos são os debates dos candidatos à presidência da República em relação à educação brasileira na próxima década, que de fato só inicia-se em 2011. Mas analisando todos eles, percebi que a maioria diz a mesma coisa e sem convexo do ângulo acabam dizendo o que já sabemos, porém sem argumentação plausível. O Brasil, culturalmente desde tempos de Dom José, quando delegou ao Marques de Pombal, então uma espécie de super-ministro do el Rei português a função de expandir a cultura e a educação m terras brasilis, tentou sem sucesso vários planos com a finalidade de levar á então colônia uma educação que favorecesse um posto de respeito perante o governo português e a todas suas colônias ultramar. Mas a passos largos são três séculos de tentativas de colocar o Brasil ao menos como um país com analfabetismo erradicado o que já se torna quase impossível em pleno século da digitalização, quem dirá uma nação que produza grandes e célebres nomes nas ciências o que não vejo pelo menos há mais de meio século. O grande professor e cientista brasileiro César Lattes, físico que nasceu em Curitiba (PR) e faleceu em Campinas (SP) em 2005, disse certa vez numa conferência no Rio de Janeiro sob égide do então estudioso da educação nacional Darcy Ribeiro, que  o Brasil estava atrasado meio século em educação de qualidade que traga à população como um todo o respeito que esta grande nação merece. Se formos observar do profundo ao fundo veremos que não produzimos mais nomes nas ciências como no início do século XX. Da Era Vargas até hoje o que se pode chamar de grandes nomes nas ciências, nas artes na literatura são reflexo de alguns nomes sem o grau de reconhecimento merecido talvez por ser mesmo brasileiro, afinal será este o motivo que o nobre Lattes não levou o Prêmio Nobel em 1950.  

 

Em 1970, por exemplo, um professor de ensino médio recebia 25% a menos que um professor universitário. Resumindo isto em números em pleno ano de 2010, significa que um professor de ensino médio receberia a quantia de R$ 3000,00 enquanto um professor de uma instituição federal de ensino superior receberia R$ 4000,00 (início de carreira). Hoje a realidade é totalmente oposta: Um professor de uma universidade federal recebe R$ 4000,00 (início de carreira) e um professor de ensino médio recebe R$ 1095,00. Detalhe importante: Um professor de educação básica do nível médio trabalha em média 30 aulas por semana enquanto um professor de ensino superior de uma universidade federal trabalha 12 aulas semanais. E vou mais a fundo ainda: Um professor de ensino médio com doutorado recebe em torno de R$ 1400,00 enquanto de uma universidade federal recebe a quantia vultuosa de R$ 7600,00 podendo chegar até R$10.000,00 se for Phd. A distorção é muito grande. Significa que o que importa é investir na universidade pois resumi um alunado muito menor do que na educação básica uma forma de privilégio aos que conseguiram chegar à uma universidade e não nas competências do aluno oriundo da humilde e modesta escola pública. Agora imaginem: Quantos bons cérebros que poderiam ser investidos em centros de pesquisa para alunos notáveis oriundos do ensino médio de escolas estaduais estão sendo deixados para trás por falta de motivação, estímulos, vontade e crescimento intelectual, pois os professores do ensino médio apenas são cumpridores de currículos e de carga horária e nada mais. Uma amiga professora de química, um monstro de conhecimento, disse-me esses dias: “ Victória, por que vou gastar meu latim com esses alunos que nada querem e ganhando o que ganho eu faço como a maioria: Chego à sala de aula loto o quadro de conteúdo e muitos trabalhos para passar o tempo deles…” (abril de 2010). É, triste, mas esta mesma professora que tem mestrado e possui  graduação em química recebe em torno de 2000,00 enquanto sua irmã que trabalha na Universidade Federal de Rondônia, recebe R$6000,00 e trabalha 65 a menos que ela em torna de carga-horária. A ré professora da Rede Estadual tem de atender semanalmente 500 alunos, enquanto sua irmã professora da universidade federal atende máximo 60 a 80 alunos, que controvérsia não acham!

 

Onde o presidente Lula entra em cena… .

Entra sim. E como entra. O presidente Lula prometeu a Revolução na Educação em 2002. Pouco foi feito. A própria UNESCO divulgou em abril de 2010 os dados do Brasil em educação e a cada ano o nosso querido país tupiniquim se afasta de sua meta principal: formar uma população intelectual e conhecedora de pesquisa e de ciência para poder atingir respeito perante às nações do mundo. Muito difícil cumprir tal lição e o presidente Lula tinha nas mãos recursos para isto. Faltou-lhe vontade, projetos, especialistas. Resumindo: Lula deixou aos estados e municípios fazerem a lição  de casa e pouco fora feito.

Nesse ponto, o governo Lula deixou a desejar. Os investimentos do governo Lula, sob a batuta do Haddad, no campo da educação foram incrivelmente desconexos, pulverizados, pouco planejados, e, em quase nada, transformou a situação dos professores. O máximo que o governo fez pelos professores foi facilitar a aquisição de diplomas cujo testemunho de competência e vocação é muito pouco confiável. Uma vez em mãos, os diplomas serão utilizados por aqueles como um bilhete de ingresso para conseguir um “bico” temporário dando aulas enquanto esperam aparecer alguma coisa melhor; num cargo burocrático nas fileiras do Estado, via concurso público de preferência.

Segundo o levantamento, o Brasil liberou anualmente entre 1999 e 2009 algo em torno de 4% a 7% de seu PIB (Produto Interno Bruto) para o setor bancário, como pagamento de juros. Na educação, o investimento por ano de 1995 a 2005 foi, em média, de 4% do PIB , sendo 3,1% destinados à educação básica
e 0,9% ao ensino superior. O estudo não traz apenas críticas. “É inegável que têm ocorrido avanços, principalmente a partir do último ano do primeiro mandato de Lula”, escreve José Marcelino de Rezende Pinto, professor da USP (Universidade de São Paulo). No entanto, todo momento ressalta-se a importância de aumentar o percentual do PIB investido em educação. José Marcelino faz uma observação: “não se pode esquecer que o presidente Lula foi eleito com uma proposta de mudanças de fundo para o País (…). Nesse aspecto, o que se pode dizer é que sua política educacional foi, na melhor das hipóteses, tímida”.

 

 

 

O financiamento da educação superior no governo Lula: uma loteria?

Sim, outro ponto triste na educação sob liderança do presidente Lula. Em 2009 os primeiros índices dos graduados pelo PROUNI: A maioria deles não tem conhecimentos elementares para encarar uma disputa com os não sortudos do programa Bolsa Universitária Para Todos. Estudos revelam que de cada 10 graduados pelo PROUNI 6 deles, mais da metade ,acabam indo para outra profissão totalmente inverso de sua formação acadêmica o que levou de 4 a 6 anos. O que a maioria argumenta é que permaneceram na instituição pois nada estavam pagando e concluir uma graduação seria útil. Um deles declarou num BLOG chamado Educação para Todos ou Todos para Educação: “O que vale é ter uma faculdade, vai que eu seja preso, ao menos terei uma cela especial…”.

Lula a todo custo quis mostrar ao mundo que está fazendo a lição de casa no ensino superior. Mas de forma atropelada, sem planejamento, sem estudo prévio colocaram mais de 500 mil jovens na universidade, mas será que todos eles estavam preparados para cursar uma graduação?

Na China, por exemplo, o governo iniciou a Revolução da Educação a partir de 1990 no então governo de Deng Xiaoping e se prolonga com maior extensão no governo atual de  Hu Jintao. O governo Chinês percebeu que só com uma educação de qualidade poderia se manter como uma país respeitado e chegar a posição de mais rico e poderoso do planeta, palavras do próprio presidente chinês. Só para se ter uma idéia os analfabetos funcionais na China em 1970 eram o dobro do Brasil, hoje equivale a um verdadeiro dado vergonhoso ao Brasil: Na China chega a 3,9% da população enquanto no Brasil a 25% mais de 50 milhões de habitantes. O governo chinês percebeu que precisava de mão-de-obra não só qualificada e especializada mas produtora dos mecanismos para alavancar a nação em seus próprios caminhos. A China já tem o maior parque industrial do planeta e 85% de seus cientistas e pesquisadores ensinam outros países ricos e desenvolvidos a forma de se produzir barato, eficaz e tecnologicamente correto.

As universidades chinesas, até meados dos anos 80 jamais figuravam entre as melhores do planeta. Das 50 melhores universidades e centros avançados de pesquisas científicas e tecnológicas do planeta, 10 são chinesas e a segunda do mundo que pertencia aos ingleses. Oxford University perdeu espaço para Universidade de Hunan com 1050 anos de história. Muitos americanos, ingleses, alemães e até japoneses (rivais dos vizinhos chineses) escolhem as universidades chinesas para se doutorarem e se aperfeiçoarem.

Ao Brasil não couberam críticas de especialistas em educação. Há 2 anos nenhuma, digo nenhuma universidade brasileira integra a listagem oficial das 100 melhores instituições de ensino, pesquisa e extensão do planeta. USP, UNICAMP, UFRJ, UNB, UFPR, UFPE enfim grandes instituições de ensino a cada ano ficam esquecidas por falta de bons pesquisadores, inovadores e cientistas. A explicação mais correlata não estão na falta de investimento do ensino superior e sim nas desigualdades de investimento que a educação de nível médio sofre em relação ao ensino na universidade. Por que se investir menos na educação básica, principalmente no ensino médio que é a etapa mais importante para o jovem decidir sua carreira e sua contribuição ao país. Se este mesmo país não investe neste jovem, não se preocupa com ele, com seu professor este sim será o reflexo do ensino superior.

Em vez de se gastar bilhões de reais com bolsas no PROUNI por que não se expandir melhor e mais eficazmente as universidades. O modelo do REUNI que pretendia expandir as universidades federais oferecendo qualidade no ensino, na pesquisa e na extensão não é percebida pelos jovens calouros que ingressaram nas universidades federais pós-REUNI. O governo tem como meta números e números não se importa como, mas a revolução lulista na educação funciona da seguinte forma: Mostrar ao planeta que colocamos milhares de brasileiros na universidade e pronto. Mas como, de que forma e como isto se refletirá nos próximos anos e gerações?

Para o próximo presidente da República o ideal seria… .

Primeiramente investimento maciço em educação através de um controle rígido do Estado nos recursos repassados aos estados e municípios. O MEC precisa colocar em cada capital uma espécie de superintendência regional para controlar gastos, observar projetos e acompanhar as secretarias municipais de educação, principalmente dos municípios interioranos carentes de projetos políticos de natureza pedagógica e de gestão.

Parceria entre secretarias estaduais e universidades para criação de Núcleos Avançados de Educação onde acadêmicos receberiam bolsas afim de promover atenção em cada escola de acordo com as necessidades que cada aluno possui em uma determinada disciplina diagnosticada entre técnicos das secretarias de educação, acadêmicos de licenciaturas, professores universitários e gestores de escolas.

Os professores com dificuldades de ensino (didática) seriam postos a uma espécie de reciclagem com amparo deste Núcleo Avançado com apoio destes acadêmicos, dos professores vinculados à universidade e com pedagogos para analisarem o perfil de cada professor e corrigir distorções de didática e metodologia que os mesmos possuem ou adquiriam erradamente nas universidades que cursaram suas respectivas graduações.

Os programas do governo federal seriam executados com projetos fiscalizados, inclusive com canal na Internet para que alunos e professores possam avaliar as competências desses projetos e programas que na maioria das vezes não funcionam.

O salário do professor equivaleria ao grau que atua e sua titulação. Lembrando que o professor receberia mais (através de gratificações por merecimento) de acordo com o nível do IDEB e ENEM de sua escola e seu estado.

 

São 218 propostas que analisei afincamente durante 8 anos de estudo. Estudei teorias, práticas em funcionamento em 18 nações e todas há 100% de serem implantadas no Brasil. Para isto nossos governantes e parlamentares precisam se conscientizar que com educação não se brinca e não se coloca em segundo ou terceiro plano. Todos juntos pela educação!

 

Prof. Victoria Bacon

Professora da Rede Estadual de Rondônia

MSN: [email protected]

FONE: (69) 92710548

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